Todos os brinquedos do Hopi Hari estão funcionando!
O Hopi Hari está velho?
SIM
O Hopi Hari está com a moral balançada?
SIM
Mas devo dizer que estive por lá e eu esperava menos, BEEEM MENOS.
A última vez que fui ao Hopi Hari foi em 2010 e naquela época todos os brinquedos estavam funcionando e o parque estava prestes à cair num buraco sem fim. Eu fiquei triste pelo que vi lá em 2010, fiquei triste pelos anos maravilhosos que passei no parque.
Todos os anos nossa escola tinha uma viagem sagrada para o parque e eu sempre fazia questão de ir, nem dormia na noite que antecedia. Durante o dia todo eu nem comia para não perder tempo e brincar o máximo que eu podia.
Mas devo confessar que eu amava perder alguns minutos no Wild West comendo aquele lanche com gostinho de barbecue. Tudo naquele parque, cada cantinho, cada brinquedo, tinha uma memória especial para mim.
Como a primeira vez que fui na Montezum e ela não quebrou minhas costelas porque ela ainda estava nova, mas eu fiquei 3 horas na fila segurando o xixi e acabei me mijando nas calças de tanta vontade/medo que eu estava. E vamos combinar que isso na sexta-série não é nada legal. Fiquei fedendo xixi no restante do dia. Mas superei. E fui em todos os outros brinquedos, mesmo estando com problemas urinários.
Eu e minha amiga fizemos um pacto de não contar para ninguém que não tivemos coragem de ir na Tour Eiffel na sexta-série. E mantivemos a mentira até que, na viagem da sétima série não tivemos opção e acabamos indo. Eu não sabia, mas ali começava meu amor por parques de diversões e o Hopi Hari era bom de verdade e eu posso dizer que eu tive o prazer de frequentar os anos de ouro do parque. Ver a decadência dele me doeu como se um pedaço da minha infância tivesse sido tirado de mim. Tudo graças à ganância das pessoas, à mídia marrom e ao péssimo gerenciamento de marketing da época.
Quantas coisas inéditas eu fiz naquele parque, como por exemplo o xixi nas calças depois de grande. Eu acho que meus problemas urinários me acompanham desde antes de eu me lembrar ter um rim.
Eu me lembro de subir as rampas de noite sentido a La Tour Eiffel e ver ela toda acesa, muitas pessoas em torno dela, muita fila. Muita brisa boa, um cansaço bom que nos fazia dormir no ônibus na volta e o stress de esperar meus pais me buscarem na escola na volta. Eu era sempre a última a ir embora.
Mas de fato o Hopi Hari marcou minha infância da mesma maneira que acredito que tenha marcado a infância de milhares de paulistas e paulistanos. Ele teve seus momentos. E eu presenciei tudo. Eu estive lá.
Em 2010 na minha última visita eu tinha levado meu marido Marcelo, na época éramos apenas namorados e o Marcelo nunca tinha ido lá e eu achei isso um absurdo e quis levá-lo. Ele amou o dia que passamos lá e o sorvete, ahhhh o sorvete sabor chiclete. Ele nem existe mais, mas ele tem o GOSTO do Hopi Hari.
9 Anos depois, fui fazer um evento com meus seguidores no parque, e sim, ele está funcionando 100%. A única atração que falta reabrir é a La Tour Eiffel e antes mesmo deles tentarem lá veio o Estadão lembrar do fatídico dia da morte da menina que ocorrera por falha humana e não por falha eletrônica. O que de fato acontece é que existem muitas mortes em vários parques de diversões pelo mundo, a própria Disney mesmo é record em mortes, mas a diferença é que a Disney esconde suas mortes e o Estadão fez-nos o favor de esfregar isso na cara de quem já tinha esquecido.
De fato, os maiores parques do mundo já passaram por diversos acidentes, que culminaram na morte de pessoas e nem por isso eles faliram e fecharam.
O Hopi Hari está sufocado, tentando à todo custo se reerguer e eu espero de verdade que um dia eu possa olhar para o parque com o mesmo olhar da menina mijada de 13 anos, com orgulho.
Mas os momentos que passei no parque foram incríveis, foram anos incríveis e as memórias serão para sempre.
Talvez vocês devessem dar ao Hopi Hari a mesma chance que eu dei e ir passar um fim de semana com a sua família no parque. Embora ele ainda não esteja 100% e algumas áreas do parque estejam um pouco abandonadas, silenciosas e guardando os sorrisos do passado. Ele está bem pintadinho, com todos os brinquedos funcionando e nosso encontro foi lá e foi bem legal.
Primeiro que espantamos a chuva com a nossa energia cativante. Não nos importamos com a chuva, aproveitamos o dia como pudemos e eu conheci muitos dos meus seguidores e pude passar um tempo com vocês. Isso me fez ficar muito feliz e cansada claro. Mas cada cansaço valeu à pena.
Vejam como foi nosso vídeo no parque:
Embora eu quase tenha tido um aneurisma na Montezum, eu entendo que não há investimento nela. Que embora a manutenção esteja sendo feita, a montanha-russa está velha e precisa ser colocada no chão. Por mais doloroso que isso seja.
Eu temo pelo fim do Hopi Hari, porque um pedaço da minha vida vai embora junto com ele. Mas veremos, ainda nada está decidido. Espero poder voltar um dia e ver o parque como eu vi alguns meses depois da inauguração.
O Hopi Hari está no meu coração e para sempre estará como o parque que me fez criar gosto por montanhas-russas. Então eu torço pela recuperação dele, torço para que ele encontre um dono e investidor menos ganancioso e que não lave dinheiro como aquele primeiro que acabou com um lugar que era incrível. Torço pelo parque para que ele seja uma opção de diversão para muitos paulistas e paulistanos e até pessoas de outros estados, por que não?
Mas de fato nosso encontro foi épico, 210 pessoas compareceram, fizeram filas para tirar foto comigo, muita gente incrível.

O Hopi Hari pra mim, foi e pra sempre será um local de encontros e reencontros.
Da infância com a adolescência, da adolescência com a fase adulta. De conhecer muitos de vocês e de reencontrar muitos outros.

De amizades que nunca mudam, porque se mudam não valem tanto à pena assim.
De conhecer pessoalmente aquela Youtuber doida com quem você conversa há mais de 3 anos e parece que se conhecem a vida toda. A Pri do Canal Prigadeiro:

De reencontros com os experts mais experts de parques de diversões e melhores amigos que uma blogueira Lady Gaga pode ter. Os HapFunners

E dessa vez teve a trupe completa, com direito ao Laércio direto do Canadá! Encontro mais épico que esse impossível!
E teve até seguidor que dirigiu por horas só para me dar um abraço:

A cada um de vocês que saíram de suas casas nesse dia de tempestade o meu MUITO OBRIGADA, espero rever todos vocês em breve!
Ao Hopi Hari meu agradecimento por me receber como uma pessoa especial (que eu nem sou), se alguém dissesse pra aquela menina de 13 anos que um dia ela seria VIP no Hopi Hari, ela riria com deboche.
E à mídia marrom que sempre adora detonar o parque como se 1 acidente pudesse acabar para sempre com a reputação de um parque, sugiro que pesquisem os grandes parques fora do Brasil, as quantidades de acidentes e como a mídia dos outros países que não é uma mídia porca e que faz tudo por um click, aprendam como eles como serem jornalistas de verdade, sinceros, honestos.
Eu não fiz faculdade de jornalismo, mas tenho certeza que ninguém te ensinou na faculdade a ser um monstro e destruir algo que poderia ser melhor visto se não fosse o absurdo que vocês pintam em suas matérias.
Mas se tem uma coisa que eu aprendi nesses 14 dias de Brasil, aliás, aprendi não. Relembrei. É que existe uma parcela da população que trabalha por uma vida melhor, e na contra-mão existe outra parcela da população que trabalha com o intuito de detonar tudo e todos, são eles: os fofoqueiros, os que se dizem jornalistas, enfim... pessoas sem escrúpulos.
Só o que sei é que nos divertimos muito no Hopi Hari naquele sábado do dia 15 de março.
E não é puxar o saco não, existem sim MUITAS FALHAS, mas não é apontando-as de fora que vamos resolver.
Seja a mudança que você quer ser no mundo. E eu espero a recuperação do Hopi Hari.
Beijos
Carol Capel